Crítica internacional ao envio de minas terrestres pelos EUA à Ucrânia
Os EUA foram criticados por organizações humanitárias por decidirem fornecer minas terrestres à Ucrânia, enquanto a guerra na Europa Oriental prossegue. A decisão dos EUA visa desacelerar o avanço das tropas russas na região oriental da Ucrânia, que têm se intensificado nos últimos meses. No entanto, a decisão marca um "desenvolvimento chocante e devastador" para aqueles que trabalham para erradicar as minas antipessoais, segundo a diretora da Human Rights Watch, Mary Wareham.
A decisão dos EUA contraria o Tratado de Ottawa de 1997, que proíbe a produção, uso e armazenamento de minas antipessoais, e é criticada pela Campanha Internacional para Proibir as Minas (ICBL). A Ucrânia é signatária do tratado, mas, após a ocupação ilegal da Crimeia pela Rússia em 2014, informou que sua aplicação do tratado nas áreas ocupadas seria "limitada e não garantida". Apesar disso, a decisão dos EUA é vista como um retrocesso nas conquistas alcançadas nos últimos 25 anos no combate às minas antipessoais.
As minas antipessoais são explosivos ocultos no solo, projetados para detonar quando pessoas passam por eles ou se aproximam. Os EUA já forneciam minas antitanque à Ucrânia, mas as minas antipessoais, que podem ser rapidamente implantadas, são projetadas para deter os avanços das forças terrestres. A preocupação dos ativistas é que essas armas apresentam um perigo mortal para civis, matando indiscriminadamente, e o processo de desminagem após um conflito pode ser longo e caro.
A decisão dos EUA de fornecer minas terrestres à Ucrânia é a última medida do governo Biden para reforçar o esforço de guerra da Ucrânia antes da posse do presidente eleito Donald Trump. Embora a decisão esteja dentro da lei internacional, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, reconheceu que há "implicações morais para os defensores dos direitos humanos", mas defendeu a posição dos EUA, argumentando que a Ucrânia deve ter o direito de usar tudo o que precisa dentro dos limites da lei internacional para se defender.